sábado, 16 de fevereiro de 2013

 


 Meu quintal

odete ronchi baltazar

Procurei no meu quintal
companhia pra solidão.
Encontrei tanta coisa,
que só, não fico mais, não.

Por aqui tem cebolinha,
tem salsa, tem graminha,
tem boldo, tem hortelã,
alecrim, arruda e palhinha.

Vejam só esta amora
que delícia, que encanto!
É onde a borboleta mora
e a aranha tem seu canto.

A joaninha-sete-pintas
faz charminho toda prosa,
pousa no meu dedo, serelepe,
faz piruetas e vai simbora.

Tem caracol por todo lado que,
vagarosos, pacientes,
carregam suas casas
no meu mundo, tão contentes!

As cigarras, no verão,
zinem, trilam fazendo um barulhão.
E, à noitinha, sem faltar,
berra alto o cigarrão.

Azedinha, serralha, dente de leão...
- dizem ser ervas daninhas...
Pra mim são tão boazinhas!
Remédios pra minha solidão.

2 comentários:

  1. Isso nunca deve morrer. A doçura e o encantamento das estorias infantis, da poesia que inspira e retrata a vida com a suavidade de um toque divino.

    ResponderExcluir
  2. Um encanto o seu canto!
    Que sobreviva nossa infância
    por meio de antigas lembranças...

    ResponderExcluir